Como fazer o bebê mexer na barriga?
Cada gestação é única e a percepção da movimentação do bebê pode variar de mulher para mulher. Mas, para quem quer incentivar ainda mais que o pequeno se mexa, existem algumas atitudes que podem ajudar. Confira!
Sentir o bebê mexer dentro da barriga é uma das maiores delícias da gravidez e as gestantes esperam ansiosamente para este momento chegar. Mas, e se os pequenos demorarem mais do que era previsto para se movimentarem? Ou se eles ficarem muito paradinhos durante o ultrassom? Calma, não é preciso se desesperar! Algumas mulheres demoram mais para ter a percepção de movimentação do bebê, sem que isso fuja da normalidade. No entanto, para quem quer incentivar ainda mais os famosos chutinhos na barriga, existem algumas atitudes que podem ajudar.
Espere a hora certa
“Primeiramente, a gestante deve aguardar o período em que o bebê normalmente se mexe mais. Os primeiros movimentos do feto ocorrem por volta de 7 semanas de gravidez. Porém, só serão percebidos pela mãe a partir de 16 semanas. Algumas mulheres podem demorar até 22 semanas para sentirem a movimentação do bebê, o que pode gerar muita angústia, mas é completamente normal”, assegura Alfonso Massaguer, ginecologista e obstetra pela Febrasgo.
De acordo com Natalia Castro, ginecologista e obstetra pela FEBRASGO da Clínica Vila Nova (SP), mulheres que estão grávidas pela primeira vez podem demorar um pouco mais que a média (cerca de 20 semanas) para perceber o bebê se mexer. “Outros fatores que influenciam a percepção mais tardia são o sobrepeso, mães que têm muita gordura abdominal ou aquelas que têm um cotidiano agitado e intenso e não têm tempo para perceber a sensação. Mas vale lembrar que o bebezinho saudável desde embrião é dotado da capacidade de movimentação corporal, ou seja, ele se mexe desde sempre, a percepção do movimento pela mamãe é que é variável”, explica.
Por outro lado, algumas gestantes podem ter mais facilidade para perceber as movimentações do feto. “Mulheres com baixa gordura abdominal e que já tiveram gestações anteriores podem sentir o bebê um pouco antes”, afirma a especialista.
Comidas calóricas
“A gestante nunca deve fazer o ultrassom em jejum. Bebê com fome é mais quietinho”, destaca Natalia Castro. Por isso, é indicado sempre fazer uma refeição antes do exame. Alimentos calóricos e com alto indíce glicêmico são bem-vindos. “Quando a grávida consome doces, chocolates e brigadeiros costumamos constatar uma maior movimentação fetal”, diz a especialista. Mas cuidado para não exagerar! O consumo excessivo de açúcar não faz bem, podendo aumentar o risco de diabetes gestacional. Com moderação, não há problema.
Toque e carinho
Fazer um carinho na barriga pode ser uma ótima forma de encorajar o movimento fetal. “Um estudo clínico mostrou que o toque materno no abdômen aumentou os movimentos fetais. A pesquisa foi conduzida com 28 mulheres grávidas entre 30 e 36 semanas de gestação, e o número médio de movimentos fetais aumentou de 5 para 8,5 durante o toque materno”, afirma Alfonso Massaguer.
Em algumas situações, durante o ultrassom, é possível que a posição do bebê dificulte o exame, como explica Cinthia Calsinki, enfermeira obstetra pela UNIFESP. “Por isso, o médico pode estimular com toques com a mão da mãe ou até chacoalhar levemente a barriga para o bebê se mexer”, diz.
O bebê se mexe mais à noite?
É comum sentir mais movimentações do feto durante a noite – o que às vezes pode até afastar o sono. Mas isso significa que o bebê se mexe mais nesse período? “Não há indícios de que o bebê se mexa mais pela noite. O que ocorre comumente é a maior sensibilidade da mãe à noite, pois é um período em que a mulher geralmente está em paz e atenta ao seu corpo”, esclarece Massaguer.
“Além disso, o cortisol no ciclo circadiano é menor à noite, fazendo com que todos os ‘sintomas’ do corpo humano fiquem mais evidentes. Existe uma maior percepção da movimentação fetal à noite, mas isso não significa que o bebê se mexe mais”, acrescenta Natalia Castro.
Como é o padrão dos movimentos do bebê?
Vale destacar que cada gestação é única e o ritmo do bebê pode variar muito. Mas, alguns padrões são mais comuns. “No segundo trimestre, os movimentos fetais são geralmente sentidos como leves tremores ou borboleteios. À medida que o bebê cresce, esses movimentos tornam-se mais fortes e frequentes”, diz Alfonso Massaguer.
No terceiro trimestre, os movimentos são mais definidos e podem até ser visíveis externamente, como explica o obstetra da Febrasgo. Nessa fase, o padrão de movimentos pode incluir chutes, socos, soluços e rotações. “A frequência dos movimentos tende a aumentar até a 32ª semana, após a qual pode permanecer constante ou diminuir ligeiramente até o nascimento, devido ao espaço reduzido no útero”, adiciona.
Quando se preocupar?
Embora seja possível que o bebê se mexa menos no final da gravidez, é preciso ter paciência e estar atenta às alterações que podem ocorrer no seu corpo. “O que importa é que os movimentos se mantenham rítmicos para o bebê. Por exemplo, se ele se mexe aproximadamente 40 vezes no dia, deverá ser um alerta sempre que ele se mexer menos da metade do que mexeu no dia anterior. Este é um sinal de busca por uma avaliação médica”, orienta Natalia Castro.
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